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segunda-feira, 21 de maio de 2012

O Grande Adeus


Não é de hoje que escrevo meus pensamentos. Tenho o costume desde muito jovem. Sempre gostei de diários, cadernos de poesias e afins. Na faxina do fim de semana, encontrei um dos meus cadernos antigos. E o trecho abaixo me chamou a atenção. Antes de ler, saibam que não estou falando de dor de amor ou de uma pseudo-depressão. Estou falando de dor da perda de um ente querido.

"Dificuldade todo mundo tem. O que nos diferencia é a forma como lidamos e resolvemos nossos problemas. É fácil falar "eu não consigo" e se conformar com a dor. Dor essa que muitas vezes carregamos, cuidamos e alimentamos como se fosse de estimação. Por muito tempo, criei uma dor dessas. Companheira fiel, sempre estava comigo. Se incorporou a minha personalidade quase por completo. Eu a alimentava e ela me fazia companhia. Éramos irmãs siamesas. Mas depois de anos convivendo com ela, vi que não queria mais sua companhia. Queria voltar a sorrir. Mas não seria assim tão fácil me livrar do meu "bichinho de estimação". Engraçado, eu que criei essa dor... porque ela dominou? Afinal, sou criador ou criatura? Depois de anos convivência, nos tornamos uma só. Teria que me livrar de parte de mim. Parte essa que já estava entrelaçada ao meu ser. Seria como cortar um braço ou uma perna. Não seria mais a mesma. Será que consigo viver sem minha fiel companheira? Como será a vida sem ela? Já são tantos anos de convivência que nem lembro mais como é viver sem essa dor. Mas a vida é uma eterna mudança. Chegou a hora de mudar. Afinal, se o próposito da vida não fosse ser feliz, viver valeria a pena? Todos nascemos para felicidade, mas o livre arbitrio faz com que, muitas vezes, optemos por caminhos tristes e dolorosos. Olha ela aí novamente... minha amiga dor. É... demorou, mas o grande dia chegou. É com grande prazer que início hoje a minha despedida á tão grande e companheira amiga dor. Obrigada pelos anos de sofrimento silencioso e constante, porque se hoje sou forte o suficiente pra dar-te adeus, é porque me moldaste assim. Não quero ser ingrata mas, de agora em diante, prefiro a companhia de sua prima distante, a alegria."

Isso foi em 2008. 6 anos após o falecimento do meu pai. Hoje, a dor finalmente deu lugar a uma doce saudade.

A vida pode ser dura, pode te tirar pessoas e coisas preciosas, mas ela nunca te dará um fardo maior do que possa carregar. Tudo é aprendizado. Tudo é amadurecimento.

Por isso, eu insisto: Viva cada dia como se fosse o último! Não deixe de falar que ama alguém, de fazer alguém se sentir especial. Porque um dia, você pode querer falar, mas a pessoa não poderá mais te responder com um singelo: Eu também.

2 comentários:

  1. Tem toda razão. Nâo posso deixar passar a oportunidade de dizer que você é muito importante na minha vida.
    Rose Mary

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  2. Rose, sua linda! Você também é muito importante pra mim. Adoro você, minha irmã! :)

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